ETNOMUSICOLOGIA
MUSEU VIRTUAL
CORDOFONES EUROPEUS
BUZUKI
O Buzuki ou Bouzouki veio para a Grécia trazido por imigrantes da Ásia Menor, e tornou-se o instrumento central para a Rembetika (estilo musical grego), blues urbano da Grécia continental. A frente é plana e trabalhada com madrepérola. O nome vem da palavra turca Bozuk, que significa quebrado ou modificado, referindo-se à alteração da afinação. Os refugiados da guerra de 1919-1922 trouxeram com eles a música conhecida como Smyrneika, que usava alaúde árabe, logo substituído pelo Buzuki, e o estilo Smyrneika fundido no Rembetika.
Rebetiko ou Rembetika na transliteração, é música folclórica grega urbana, com origem em tabernas, covis de droga e prisão. Rebetis é uma palavra que significa uma pessoa que incorpora os aspectos de carácter, traje, comportamento, da moral e ética associado a uma determinada subcultura. Rebetiko é um género que engloba uma síntese de música europeia, música das diversas áreas da Grécia continental e ilhas, canto eclesiástico ortodoxo grego e música bizantina. As letras refletem as realidades mais duras do estilo de vida de uma subcultura marginalizada.
BALALAIKA
A Balalaika é um cordofone russo, de corpo triangular, cujo instrumento padrão foi desenvolvido por Vasily Vasilievich Andreyev. Instrumento popular durante séculos, nas pequenas vilas russas, particularmente com os Skomorokhs, uma espécie de músicos part-time, ou bobos, cujas músicas criticavam o czar, a igreja ortodoxa russa e a sociedade em geral.
Uma noção popular refere que os três lados e as três cordas da Balalaika representam a Santíssima Trindade, no entanto, é difícil de entender este pressuposto devido à proibição da Balalaika em virtude dos Skomorokhs. As Balalaikas existem em vários tamanhos, inclusive a Balalaika baixo.
ETIMOLOGIA
A raiz da palavra Balalaika tem relação com verbos antigos russos que significam "conversar sobre algo sem valor" ou "balançar", o que ressalta o carácter não sério do instrumento.
Foi com o czar Pedro I que as Balalaikas passaram a ser autorizadas, e, na época, os únicos que sabiam trabalhar a madeira eram os construtores de barcos, daí que a forma do instrumento faça lembrar a parte frontal de uma embarcação
CURIOSIDADE
O avião de combate russo MIG21 é apelidado de balalaika, devido ao formato triangular das suas asas.
HARPA
A harpa teria tido sua origem nos arcos de caça que faziam barulho ao roçarem na corda. Tem a sua história documentada de há mais de cinco mil anos e conserva até hoje a sua estrutura triangular com cordas de tamanhos diferentes. O registo mais antigo deste tipo de configuração foi encontrado num fragmento de vaso sumério datando de 3500 A.C. Sua presença está verificada entre os antigos povos hebraicos, mesopotâmicos, balilónicos, assírios, asiáticos, sumerianos, africanos, egípcios e gregos. Os jograis e menestréis faziam-se acompanhar de harpa. A nobreza aprendeu a tocar e as harpas gótica, céltica e espanhola estiveram presentes nas cortes europeias até finais do século XV. Entre os hebreus os cânticos de louvor, orações, eram acompanhados por tambores, címbalos, alaúdes e harpas. A harpa possui uma grande beleza plástica e elegância de linhas, assim como uma delicadeza quase mágica dos seus sons. Na mitologia que rodeia a harpa estão sempre presentes anjos, castelos, templos, princesas e deuses. Pinturas de harpas foram descobertas na tumba do faraó Ramsés III. Bes, deus egípcio, tocava harpa. Na mitologia celta, Dagda, pai da deusa Brigit, também aparece como harpista. Na tradição judaico-cristã, o rei David e os anjos aparecem tocando harpas. No século XV, na Escócia, uma casa real era considerada incompleta sem a presença de uma harpa.
