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KHAEN
O Khaen é um orgão de boca, com origem no Laos. Instrumentos similares datam da Idade do Bronze no Sueste Asiático. O Khaen é composto por um conjunto de tubos de bambu atados com uma fibra resistente a que se dá o nome de yah nang. Os tubos são selados, no sítio respetivo, com uma cera negra de um inseto chamado kissoot. Cada tubo contém uma pequena palheta livre feita de velhas moedas, que foram marteladas até ficarem muito finas. As palhetas são cuidadosamente colocadas a um quarto do comprimento do tubo, o que lhe confere um timbre particular. O Khaen pode ser feito com diversas quantidades de tubos, com seis tubos designa-se Khaen hok e é considerado brinquedo de crianças. Com catorze tubos chama-se Khaen jet, com dezasseis tubos é chamado Khaen baet e com dezoito tubos chama-se Khaen gao. Usa escala pentatónica em um ou dois modos, thang sun e thang yao. Usado na ópera folclórica Lao Mor Lam e, também, na "dance drame" ou teatro dançado Lakhon ken no Cambodja.
A LENDA DO KHAEN
Segundo a lenda Lao, o Khaen foi criado por uma mulher que tentou reproduzir o som do pássaro Garawek que ouviu durante um passeio. Tentou várias opções, até que, com um pedaço de bambu e uma palheta obteve o que procurava. Tocou para o rei e o rei disse "Tia nee khaen dae", que significa "desta vez está melhor" e ordenou-lhe que a partir destas palavras encontrasse o nome para o instrumento.
TARKA
A Tarka é uma flauta indígena dos Andes. Feita de madeira com seis orifícios, tem um som penetrante e grave. Flauta belíssima, é uma peça de arte rica em detalhes de madeira trabalhada e desenhos coloridos. No seu conjunto faz lembrar um totem. O nome Tarka encontra as suas raízes na palavra aymara Tara que significa "voz rouca", o que explica o som seco que possui. Mas a etimologia da palavra pode ser derivada de Tarqo, nome da madeira com que é feita. São tradicionalmente cortadas de um único bloco de madeira sólido de tarque, mara, naranjo ou granadilha. A flauta Tarka não tem orifício para o pulgar. É assumida uma associação entre a Tarka e o tempo seco, necessário para a cultura da batata. É proibída de tocar na altura errada do ano. Tem um significado espiritual e raízes históricas profundas na Bolívia e Peru. Os antepassados usavam as Tarkas em cerimónias tribais para imitar os sons dos pássaros. A Tarka também é tocada habitualmente por pastores andinos para quebrar a monotonia dos dias.
TARQUEADA
Tarqueada é um género musical
em que tocam várias Tarkas acompanhadas de percussões. No famoso carnaval de Oruru as tarqueadas desempenham um papel crucial. Nas tarqueadas tocam três flautas, a primeira toca a nota base, a segunda Tarka toca uma quinta acima e a terceira Tarka toca uma oitava acima.
A harmónica é também designada gaita ou realejo em algumas partes do nordeste brasileiro e em Portugal. O som é produzido por um conjunto de palhetas livres. As palhetas são finas lâminas rectangulares de metal montadas numa placa de suporte. Cada gaita possui duas placas de palhetas que são montadas sobre um corpo em forma de pente ou grelha de plástico ou madeira. A função desta peça é direcionar o ar individualmente para cada palheta. Na embocadura possui um conjunto de furos por onde o instrumentista sopra ou suga o ar. O instrumentista pode usar as mãos em concha para produzir variações de intensidade ou vibrato. Usadas hoje em dia no blues, rock and roll e jazz. Instrumento muito antigo, foi descrito com diversos nomes por gregos, romanos e povos germânicos. Os invasores germânicos que conquistaram a Península Ibérica no século VI, trouxeram a gaita a que chamavam Gaits, palavra que na sua língua significava cabra. Os romanos utilizavam um instrumento também feito com pele de cabra que se chamava Utrículos, que parece ter estado na origem da actual harmónica. Conta-se que Nero se ofereceu para se apresentar como Utricularius, ou seja, tocador de utículus, como castigo por não ter vencido um torneio de poesia.
OUTROS NOMES
Gayda em servo-croata
Gainda em húngaro
Em algumas regiões de Espanha e França são chamadas pelo termo latino Cornamusa.